Ouvira a voz dele, com muita nitidez, na minha cabeça. Isso teria um preço: estava consciente.
No entanto, o alívio era ainda a emoção que tomava conta do meu corpo e que provinha do mais íntimo do meu ser.
Por mais que me esforçasse para não pensar nele, também não o tentava esquecer. Preocupava-me a adiantadas horas da noite, quando o cansaço da privação do sono vencia todas as minhas defesas - possibilidade de tudo me escapar; de a minha mente funcionar como um filtro e, um dia, não ser capaz de recordar a cor dos olhos dele, o toque da sua pele ou a textura da sua voz. Não podia pensar nesses elementos, mas tinha de os recordar sempre.
Isto porque só havia algo em que tinha de acreditar para conseguir viver: saber que ele existia. Mais nada. Conseguiria suportar tudo; desde que ele existisse.
MAGNIFICO!
ResponderEliminargostei muito :)
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